quinta-feira, 16 de julho de 2015

http://metropolitanafm.uol.com.br/novidades/entretenimento/essas-ilustracoes-farao-voce-questionar-a-vida-e-o-mundo

Essas Ilustrações farão você questionar a vida e o mundo

Por
O artista polonês Pawel Kuczynski é especialista em criar ilustrações que trazem uma profunda reflexão sobre a vida e sem nenhuma palavra nelas.
Ele levanta a questão da crítica dos nossos olhares para a situação em que vivemos no mundo, e que devemos também olha-las com outros olhos.

Confira as ilustrações e reflita:

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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Será?

‘Síndrome do Imperador': Crianças mandonas e autoritárias


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Você sabe o que é a ‘Síndrome Imperador’?



As mudanças sócio-culturais das últimas décadas têm preparado o terreno para o surgimento de alguns comportamentos disfuncionais nas crianças. Um conjunto de atitudes e comportamentos que mais preocupam os pais é quando a criança se torna o mestre indiscutível da família, submetendo os outros membros da família às suas necessidades e caprichos.
Os ´´filhos imperadores´´ escolhem a comida que vai ser feita, onde a família vai passar as férias, o vai ser visto na televisão, a hora de ir dormir ou realizar outras atividades, e assim por diante. Para atingir os seus fins, gritam, ameaçam e agridem fisicamente e psicologicamente seus pais. Pode-se dizer que o seu nível de amadurecimento no campo da empatia (capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa) é subdesenvolvido. Por esta razão, parecem ser incapazes de experimentar sentimentos como o amor, a culpa, o perdão e a compaixão.
Síndrome do Imperador: Entrando na mente da criança autoritária
Esse fenômeno tem sido chamado de “Síndrome do Imperador”, uma vez que as crianças imperadoras estabelecem padrões de comportamento para satisfazer os seus caprichos e exigências acima da autoridade de seus pais ou responsáveis. Quem não cumprir as exigências da criança é vítima de birras ultrajantes e, até mesmo, agressão. A violência que os filhos exercem contra seus progenitores, aprendendo a controlá-los psicologicamente, resulta no êxito em fazê-los obedecer e realizar os seus desejos. Esta característica da personalidade destas crianças também foi apelidada de “filhos ditadores”, devido ao seu domínio incontestável na família.
Características do filho imperador
Crianças Imperadores são facilmente distinguíveis: geralmente mostram traços de personalidade egocêntricas e têm pouca tolerância à frustração: não aceitam que suas exigências não sejam atendidas. Essas características não passam despercebidas na família, e muito menos na escola, onde as suas exigências podem ser menos satisfeitas. São crianças que não aprenderam a se controlar, nem regular os seus sentimentos e emoções. Elas têm a experiência necessária para saber quais são os pontos fracos de seus pais, a quem acabam manipulando com ameaças, ataques e argumentos inconstantes.
Causas Psicossociais da Síndrome do Imperador
Muitos psicólogos e psicopedagogos têm enfatizado que um dos fatores que podem levar a criança a adquirir padrões de comportamento da Síndrome do Imperador é a escassez de tempo para os pais educarem e estabelecer normas e limites para sua prole. Necessidades econômicas e um mercado de trabalho instável não oferecem aos tutores o tempo e espaço necessários para a criança, ocasionando um estilo educacional culpabilizante, e por isso ficam propensos a concordar e superproteger seus filhos.
Também se pode observar nessas crianças uma falta de hábitos afetivos familiares, negligenciando a necessidade de brincar e interagir com as crianças. Socialmente, um dos problemas que serve de base para o comportamento egocêntrico, é a atitude ultra-permissiva dos adultos com relação às crianças.
Diferenciando Autoridade de Autoritarismo



O estilo educativo predominante há décadas atrás se baseava no autoritarismo: Os pais gritavam, ditavam ordens e exerciam um controle punitivo sobre o comportamento das crianças. De certa forma, por medo de caírem nesse estilo de educação que muitos sofreram na própria carne, o estilo educativo atual deslocou-se para o extremo oposto: a ultra-permissividade.
Por isso, é importante lembrar que autoridade não é o mesmo que autoritarismo: os pais devem exercer um grau inteligente e controlado de autoridade, de maneira saudável e se adaptando às necessidades educacionais e evolutivas de cada criança.
A cultura do vale tudo: a ética do hedonismo e consumismo
Quando falamos de estilos de educação e ensino para os nossos filhos, devemos lembrar da influência determinante dos valores morais da sociedade como um todo, uma vez que esta forma de superestrutura ética compartilhada incentiva certos vícios e/ou virtudes na atitude da criança. A atual cultura consumista usa a bandeira do hedonismo como valor inalienável. Isso entra em conflito com qualquer tipo de imposição interna ou externa de responsabilidade sobre as próprias ações e com a cultura do esforço. Se esses valores não forem bem geridos e conduzidos, a criança aprende erroneamente que o seu direito de se divertir ou fazer o que quiser pode sobrepor o direito dos outros de ser respeitado, e perder a noção de que as recompensas exigem um esforço anterior.
Educação familiar e escolar
Os pais hesitantes, que exercem uma educação passiva e relaxada, não estabelecem limites de referência para a conduta dos filhos, permitindo a réplica, cedendo à chantagem e sendo vítimas até de agressões verbais e físicas.
O sistema de ensino também está saturado. Enquanto os pais perdem toda a sua autoridade, os professores estão na posição de estabelecer limites para crianças que foram educadas para desobedecer e desafiar em prol de suas demandas. Chega-se ao ponto em que o professor que tenta estabelecer normas, recebe reclamações de pais que não permitem que qualquer pessoa exerça autoridade sobre seus filhos. Isso reforça e fortalece as atitudes da criança imperador.
A criança imperador na adolescência
Na adolescência, as crianças imperadores consolidaram seus padrões comportamentais e morais, sendo incapazes de conceber que alguma autoridade externa possa impor limites. Em casos graves, podem chegar a agredir seus pais, sendo uma queixa cada vez mais frequente em delegacias de polícia. Na verdade, são as mães que mais sofrem, comparativamente, agressões e abusos por parte de seus filhos.
Cimentando a boa educação desde a infância
Os psicólogos e psicopedagogos concordam que é imprescindível definir uma base sólida na educação das crianças. Para educar futuros filhos, adolescentes e adultos saudáveis, livres e responsáveis, não devemos abrir mão da demarcação de limites claros, permitindo que a criança experimente algum grau de frustração para entender que o mundo não gira em torno do seu ego.
Fonte: Psicologiaymente traduzido e adaptado por Psiconlinews

 http://www.psiconlinews.com/2015/04/sindrome-do-imperador-criancas-mandonas.html

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sábado, 4 de julho de 2015

Edgar Morin: é preciso educar os educadores

O Globo: Na sua opinião, como seria o modelo ideal de educação?Edgar Morin: A figura do professor é determinante para a consolidação de um modelo “ideal" de educação. Através da Internet, os alunos podem ter acesso a todo o tipo de conhecimento sem a presença de um professor. Então eu pergunto, o que faz necessária a presença de um professor? Ele deve ser o regente da orquestra, observar o fluxo desses conhecimentos e elucidar as dúvidas dos alunos. Por exemplo, quando um professor passa uma lição a um aluno, que vai buscar uma resposta na Internet, ele deve posteriormente corrigir os erros cometidos, criticar o conteúdo pesquisado.
É preciso desenvolver o senso crítico dos alunos. O papel do professor precisa passar por uma transformação, já que a criança não aprende apenas com os amigos, a família, a escola. Outro ponto importante: é necessário criar meios de transmissão do conhecimento a serviço da curiosidade dos alunos. O modelo de educação, sobretudo, não pode ignorar a curiosidade das crianças.
O Globo: Quais são os maiores problemas do modelo de ensino atual?
Edgar Morin: O modelo de ensino que foi instituído nos países ocidentais é aquele que separa os conhecimentos artificialmente através das disciplinas. E não é o que vemos na natureza. No caso de animais e vegetais, vamos notar que todos os conhecimentos são interligados. E a escola não ensina o que é o conhecimento, ele é apenas transmitido pelos educadores, o que é um reducionismo. O conhecimento complexo evita o erro, que é cometido, por exemplo, quando um aluno escolhe mal a sua carreira. Por isso eu digo que a educação precisa fornecer subsídios ao ser humano, que precisa lutar contra o erro e a ilusão.
O Globo: O senhor pode explicar melhor esse conceito de conhecimento?
Edgar Morin: Vamos pensar em um conhecimento mais simples, a nossa percepção visual. Eu vejo as pessoas que estão comigo, essa visão é uma percepção da realidade, que é uma tradução de todos os estímulos que chegam à nossa retina. Por que essa visão é uma fotografia? As pessoas que estão longe são pequenas, e vice-versa. E essa visão é reconstruída de forma a reconhecermos essa alteração da realidade, já que todas as pessoas apresentam um tamanho similar.

Todo conhecimento é uma tradução, que é seguido de uma reconstrução, e ambos os processos oferecem o risco do erro. Existe outro ponto vital que não é abordado pelo ensino: a compreensão humana. O grande problema da humanidade é que todos nós somos idênticos e diferentes, e precisamos lidar com essas duas ideias que não são compatíveis. A crise no ensino surge por conta da ausência dessas matérias que são importantes ao viver. Ensinamos apenas o aluno a ser um indivíduo adaptado à sociedade, mas ele também precisa se adaptar aos fatos e a si mesmo.
O Globo: O que é a transdisciplinaridade, que defende a unidade do conhecimento?
Edgar Morin: As disciplinas fechadas impedem a compreensão dos problemas do mundo. A transdisciplinaridade, na minha opinião, é o que possibilita, através das disciplinas, a transmissão de uma visão de mundo mais complexa. O meu livro “O homem e a morte" é tipicamente transdisciplinar, pois busco entender as diferentes reações humanas diante da morte através dos conhecimentos da pré-história, da psicologia, da religião. Eu precisei fazer uma viagem por todas as doenças sociais e humanas, e recorri aos saberes de áreas do conhecimento, como psicanálise e biologia.

O Globo: Como a associação entre a razão e a afetividade pode ser aplicada no sistema educacional?Edgar Morin: É preciso estabelecer um jogo dialético entre razão e emoção. Descobriu-se que a razão pura não existe. Um matemático precisa ter paixão pela matemática. Não podemos abandonar a razão, o sentimento deve ser submetido a um controle racional. O economista, muitas vezes, só trabalha através do cálculo, que é um complemento cego ao sentimento humano. Ao não levar em consideração as emoções dos seres humanos, um economista opera apenas cálculos cegos. Essa postura explica em boa parte a crise econômica que a Europa está vivendo atualmente.
O Globo: A literatura e as artes deveriam ocupar mais espaço no currículo das escolas? Por quê?
Edgar Morin: Para se conhecer o ser humano, é preciso estudar áreas do conhecimento como as ciências sociais, a biologia, a psicologia. Mas a literatura e as artes também são um meio de conhecimento. Os romances retratam o indivíduo na sociedade, seja por meio de Balzac ou Dostoiévski, e transmitem conhecimentos sobre sentimentos, paixões e contradições humanas. A poesia é também importante, nos ajuda a reconhecer e a viver a qualidade poética da vida. As grandes obras de arte, como a música de Beethoven, desenvolvem em nós um sentimento vital, que é a emoção estética, que nos possibilita reconhecer a beleza, a bondade e a harmonia. Literatura e artes não podem ser tratadas no currículo escolar como conhecimento secundário.
O Globo: Qual a sua opinião sobre o sistema brasileiro de ensino?
Edgar Morin: O Brasil é um país extremamente aberto a minhas ideias pedagógicas. Mas, a revolução do seu sistema educacional vai passar pela reforma na formação dos seus educadores. É preciso educar os educadores. Os professores precisam sair de suas disciplinas para dialogar com outros campos de conhecimento. E essa evolução ainda não aconteceu. O professor possui uma missão social, e tanto a opinião pública como o cidadão precisam ter a consciência dessa missão. [Leia esta entrevista no site do O Globo]
Assista a Edgar Morin - Os limites do conhecimento na globalização | No vídeo exclusivo, Morin reflete sobre seus interesses enquanto filósofo e sociólogo: os limites do conhecimento e da razão, bem como a relação entre a poesia e a racionalidade. Ainda, questiona a possibilidade da mudança de pensamento em um mundo globalizado e acelerado. É possível sairmos de uma visão fechada em formas particulares para o pensamento complexo, capaz de ver os problemas em sua integralidade?

DICAS PARA CONDUZIR UMA AULA MANTENDO A DISCIPLINA

Há muitos detalhes que nós esquecemos com o passar do tempo e o dia a dia de uma aula após a outra. Essas pequenas faltas vão deixando os alunos desnorteados e sem clareza quanto às regras e até sobre o seu real propósito como professor.
Vamos voltar ao básico de nossas práticas e relembrar alguns preceitos básicos sobre postura e comportamento em sala de aula.

1. ANTES DE COMEÇAR, OBSERVE SUA SALA — MAPEAMENTO/ESPELHO, ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA

Há algumas turmas em que as fileiras estão tão próximas umas das outras que eu fico com calor só de olhar. Impossível esperar silêncio dessa forma.
Além disso, não há espaço para o professor transitar entre as classes para poder ajudar os alunos nas suas individualidades.
Então, primeira coisa ao entrar na sala de aula: organizar a bagunça! Exigir que os alunos sentem-se nos seus lugares, conforme estabelecido no espelho de classe ou mapeamento, e organizar as classes, inclusive o que há em cima delas.
Alguns alunos têm dificuldade de organização e isso interfere na sua aprendizagem — são aqueles que deixam caderno, livro, estojo, lápis e canetas esparramados sobre a mesa, que apoiam cadernos sobre os lápis para escrever (!), ou têm garrafas de água destampadas prontas para virar e molhar seu material.
Parece uma coisa básica, tão simples, mas nossos alunos precisam do nosso auxílio.
A mesma orientação vale para a limpeza do ambiente: peça que ajuntem do chão os papéis maiores, plásticos e saquinhos que possam ter ficado do lanche ou de alguma atividade que exigiu mais nesse sentido.
Além de tudo, com esse costume estaremos contribuindo para que nossos alunos não sejam pessoas que jogam embalagens fora pela janela do carro.

2. INICIE A AULA SEM DEMORA

Tenha seus objetivos claros e trabalhe para conquistá-los. Portanto, comece aula sem rodeios, sem conversas que não sejam relacionadas ao objetivo estipulado.
Lembre-se, como já foi mencionado, que os alunos têm 1 minuto e meio de concentração por ano de vida. Não desperdice.

3. SEJA BREVE E OBJETIVO NAS EXPLICAÇÕES

Não perca tempo falando muito. Explique de maneira clara e objetiva o que os alunos devem fazer e faça-os produzir!

4. OLHE PARA TODOS OS ALUNOS

A afetividade é algo intrínseco ao sujeito, sendo principalmente importante na idade escolar.
Alunos que não gostam de um professor geralmente não gostam também da sua matéria e apresentam baixo rendimento.
Olhe para seus alunos durante as explicações, não apenas para os 5 ou 6 que “têm vontade de estudar”.
Às vezes, chamar aquele que está desatento pelo nome e perguntar se está compreendendo o traz para o universo do conhecimento que estamos levando para a sala de aula.
Quando o professor demonstra seu interesse no desenvolvimento dos alunos, estes deixam a postura de meros ouvintes e tornam-se parte do processo de aprendizagem, desejando compreender de fato e fazendo perguntas que comprovam que estão prestando atenção.

5. FAÇA PERGUNTAS E OUÇA AS RESPOSTAS

Alunos levantando a mão para fazer perguntas em sala de aula


O que move o mundo não são as respostas, mas sim as perguntas.
Então pergunte! Faça seus alunos pensarem, não dê respostas prontas, faça com que pesquisem e desenvolvam habilidades. Faça o que Celso Antunes chama de ginástica para o cérebro.

6. SOCIALIZE AS DÚVIDAS

Quando um aluno o questiona, socialize. Às vezes a dúvida de um pode ser a dúvida de todos.
Não deixe que sua aula se transforme num diálogo de duas pessoas, enquanto, nesse meio tempo, os outros alunos, sem nada para fazer, se dispersem com outros assuntos.
Outra coisa bem importante: respeite as dúvidas, evitando frases do tipo “me perguntando isso de novo?” ou “quantas vezes já falei isso?” e faça com que seus colegas também a respeitem.
Não existe pergunta boba.
Existem dúvidas que dificultam a aprendizagem e, dependendo da individualidade do aluno, as mesmas dúvidas irão surgir antes ou mais tarde.

7. EVITE VIRAR DE COSTAS PARA ESCREVER NO QUADRO

Cuidado com essa prática! Dependendo da turma essa pode ser uma péssima ideia, pois é um momento que alguns alunos podem se aproveitar, já que não estão sendo vistos totalmente e em todo momento pelo professor.
Mesmo assim, já tive turmas em que escrever no quadro era uma boa forma de manter a disciplina.
Vale ressaltar que não existem fórmulas prontas para uma aula proveitosa, mas sim a experimentação de diferentes metodologias nas diferentes turmas.

8. CAMINHE PELA SALA, EVITANDO QUE OS ALUNOS LEVANTEM

Professor que caminha pela sala ajuda a manter o aluno sentado.
Professor que senta incentiva o aluno a levantar-se quando este precisa do seu auxílio. Qual atitude parece mais inteligente?
Além da questão disciplinar, há outro motivo para você escolher a primeira opção: ao atender os alunos de carteira em carteira, você pode observar a organização dos cadernos, se o que foi solicitado está sendo feito, ajudar na organização daquele que tem essa dificuldade e talvez o mais importante: olhar para cada um e oferecer uma atenção especial, fortalecendo a relação professor x aluno.

9. EXPLIQUE AS ATIVIDADES COM CLAREZA

É comum que alunos esqueçam de algum material para a aula. Ainda que isso seja um problema em muitos casos, sempre me preocupo em garantir que todos possam realizar as atividades para poderem passar por aquela experiência.
Seguindo essa postura, certa vez, no calor da atividade, vi o aluno envolvido, comprometido e… feliz.
Não é isso que todos os pais desejam para seus filhos? Ele estava feliz! Feliz pois experimentou a atividade e sentiu-se bem por realizá-la.
Então, professor, explique a tarefa com clareza, ensine como fazer, pois o aluno, quando alcança o objetivo proposto, sente prazer. Tenha certeza de que ninguém se sente satisfeito em ir para a escola e voltar para casa sem ter aprendido algo novo.

10. VALORIZE O ALUNO NA SUA INDIVIDUALIDADE – CONHEÇA-O E RESPEITE-O

Se olharmos para trás, para a nossa vida escolar, com certeza lembraremos um professor que pisou na bola conosco.
Lembro de certa vez, na terceira série, eu então com 8 anos. A professora pediu que plantássemos um feijão no algodão (quem nunca?). Eu fiquei muito feliz com a proposta, emocionada de fato, e num de meus relatórios escrevi que estava nascendo uma vagem. Para mim foi o que mudou, em todo aquele tempo observando o dito feijão, e eu achei mágico, lembro de ter imaginado a história do João e o pé-de-feijão e outras fantasias infantis.
A professora conseguiu me tocar com a sua proposta!
No entanto, após corrigir os relatórios, na frente de toda turma, a professora disse que “tinha gente que escreveu que já estava aparecendo vagem! Onde já se viu? É um absurdo achar que está crescendo uma vagem!”Boneca jogada no chão em ambiente sombrio
Quanta vergonha que eu senti! Ela estava falando de mim perante a turma! O que eu ia saber de plantação de feijão com 8 anos? Quase joguei meu trabalho fora, de raiva.
Analisando a atitude dessa professora, o que faltou? Onde ela pecou? No respeito aos alunos!
  • Falar no grande grupo sobre algo que “alguém” escreveu. Ninguém sabe quem é esse alguém, a não ser o próprio autor. Como o aluno se sente?
  • Exigir levar em conta aspectos como idade, desenvolvimento, histórico de vida.
A criança não é um adulto em miniatura e não tem obrigação de saber! O professor é que deve conduzir as atividades, respeitando o aluno na sua individualidade.
Quer ouvir uma música que ilustra perfeitamente essa problemática?
Chega de dar sapato 36 para as nossas crianças!

11. ELOGIE

Imagine o efeito de um elogio ou de uma palavra de incentivo para um aluno que está demonstrando interesse nas aulas, realizando os temas de casa e respeitando o ambiente de estudos.
O reconhecimento por parte do professor de uma atitude colabora com a repetição das atitudes que consideramos positivas. Elogie seu aluno, faça -o sentir-se visto, valorizado. Escreva um bilhete na agenda aos pais, comunicando o bom rendimento do filho.
A agenda escolar não deve ser apenas para notificar maus comportamentos, mas bons também. Faço isso com frequência e garanto que incentivar e elogiar tem efeito mais duradouro e rápido que xingar, dar sermões e chamar os pais.

12. ESTEJA ATENTO ÀS PISTAS

Os alunos estão o tempo todo pedindo para ir ao banheiro? Alerta! Será que sua aula não está cansativa ou monótona demais?
É importante diversificar as propostas, intercalar atividades de maneira que não  se permaneça muito tempo fazendo a mesma coisa.
Imagine você, na faculdade, uma noite inteira apenas lendo artigos.

13. MANTENHA A CALMA E A SERENIDADE

Por mais que seja difícil, mantenha-se calmo. Os professores devem ser o exemplo e, por isso, quando têm atitudes consideradas extravagantes ou erradas no julgamento dos seus alunos, estes ficam chocados.
É como quando um filho descobre que o pai ou a mãe fazem algo errado.
Lembre-se que a educação se dá pelo exemplo. As atitudes que temos demonstram aos educandos o que eles podem fazer quando forem adultos.

14. TENHA BOM HUMOR

Os alunos não têm opção: devem ir para a escola. Podem até optar entre esta e aquela instituição, mas não podem fugir do profissional da educação com quem precisam conviver no mínimo 4 horas por dia.
Seja bem humorado, saiba relevar algumas situações.
Ter um comportamento colérico em sala de aula pode criar ou aumentar um clima de tensão que não contribui com a aprendizagem. Coloque-se no lugar do aluno e imagine ter um palestrante mal humorado e que, às vezes, até é grosseiro ou mal educado.
Leia mais: Aprenda 3 técnicas para criar um ambiente de aprendizagem saudável

15. EVITE GESTICULAR OU ELEVAR A VOZ EM EXCESSO

Cuidado com o tom de voz. É sempre preferível falar mais baixo, de modo que os alunos tenham que ficar em silêncio para ouvir, do que o professor que fala muito alto.
Claro que deve haver bom senso: falar muito baixo, de maneira que a turma do fundo não consiga ouvir, também pode gerar indisciplina.
Quem nunca terminou um dia de aula praticamente sem voz? Aprenda 10 exercícios para cuidar do seu principal instrumento de trabalho.
A gesticulação exagerada também pode atrapalhar a aula. Uma boa técnica descrita por Celso Antunes em seu livro Na Sala de Aula é a do espelho: treinar em casa olhando-se no espelho e ir corrigindo a postura. Vale também lembrar da frase “você está sendo filmado” enquanto dá aula.

16. NÃO VINCULE NOTA À DISCIPLINA

A disciplina é fator importante na educação, não apenas o conhecimento. Portanto, trate a disciplina como tal, sem vincular a nota.
Além disso, essa atitude contribui para uma educação pela nota, não pelo conhecimento ou satisfação pessoal. Educar para atingir a “média” não motiva para ir além do conhecimento da escola.
“obtenção da disciplina por convicção leva a formação de uma personalidade forte, madura, que vai sabendo o que quer, o que é certo ou errado; leva a internalização de valores, a autoconfiança, ao crescimento da autoestima, ao senso comunitário, à criatividade e à verdade”
Celso Vasconcelos, p.50

17. NÃO INCITE O MEDO DA PROVA

A avaliação deve ser encarada pelo aluno como um momento para testar seus conhecimentos e saber qual aspecto dos conteúdos abordados devem ser revistos.
Ele não tem maturidade para compreender o objetivo final da avaliação.
Por isso é que o professor deve ajudá-lo. Muitos, pelo contrário, acabam descontando sua insatisfação com o comportamento dos alunos incitando o medo da avaliação.
Saber que estamos sendo testados nos deixa tensos, aflitos. Então para que estimular esse comportamento? Devemos contribuir é para a formação dos jovens, para que possam lidar com situações adversas.
Esses alunos que têm medo de realizar uma prova poderão reprovar inúmeras vezes na autoescola, por exemplo, devido ao nervosismo ou por falta de autocontrole num momento avaliativo.
Incitar o medo não melhora o comportamento e faz com que o objetivo da avaliação se perca.

18. SEJA AUTORIDADE E NÃO AUTORITÁRIO

 

. SEJA AUTORIDADE E NÃO AUTORITÁRIO

Você sabe a diferença entre o professor autoritário e o professor que é autoridade na sua sala de aula?
Infográfico: as qualidades de um professor que tem autoridade (e não é autoritário)

UM RETRATO DO PROFESSOR AUTORITÁRIO

Todos conhecemos ou já ouvimos a música Another Brick in the wall, do Pink Floyd. Convido que você assista ao clipe para que possamos refletir a respeito da postura do professor ali representado.
O que observamos sobre a postura do professor no vídeo:
Aos 34 segundos, o menino tem alguns relapsos de memória que dão a entender que o professor o reprime.
Na aula, o professor humilha o aluno, sem reconhecê-lo como sujeito. Além disso, o expõe para a turma, falta com respeito com suas preferências, sua individualidade.
Há flashes de agressão física – de uma época em que era permitida no ambiente escolar.
Inicia a parte mais tocante da crítica presente no vídeo. Vemos o professor disciplinado pelo autoritarismo, numa espécie de indústria que confecciona comportamento: os alunos perdem sua identidade quando são mascarados, deixando de ser quem são para serem iguais, apáticos, sem preferências ou questionamentos a fazer.
A partir dos 3 minutos, aparece um relógio, o que identifica a relação do tempo com o trabalho, fruto da Revolução Industrial. Parece que a escola, como sugerida, tem sua visão de educação como um modelo para não pensar, não contestar, criando assim um operariado urbano, pronto para servir e obedecer.
Aos 3 minutos e 16 segundos, o professor grita “Wrong, Guess again!”, ou seja “Errado, faça de novo!”. É isso que gera o célebre coro:
Cabeça de boneca sendo apertada por uma mão forte e suja
As crianças se rebelam, iniciam uma revolução, quebram coisas, ateiam fogo. Tudo isso mostra o sentimento, o desejo de mudança, a revolta pelas atitudes que são do professor e do modelo de educação explícito no vídeo. Um desejo de libertar-se da tirania.
O professor autoritário já não tem mais espaço na escola desde a época em que o vídeo foi lançado. A literatura a respeito da educação mudou muito ao longo das últimas décadas, principalmente com a teoria das inteligências múltiplas, de Howard Gardner.

CHECKLIST: O QUE SEU PLANO DE AULA PRECISA PARA EVITAR A INDISCIPLINA

Além das técnicas já propostas, uma boa organização do seu plano de aula vai ajudar em muito no combate à indisciplina.
Se você ainda não sabe como fazer um plano de aula, clique aqui e aprenda.
Abaixo você encontra um exemplo de uma aula de História dada por mim e, ao lado, os elementos que você deve atentar para manter seus alunos engajados durante todo o período.

PROGRESSÃO DAS ATIVIDADES NA AULA

Problematização: Introduzi a aula com uma pergunta sobre o Imperialismo. Os alunos deveriam pesquisar e encontrar uma resposta para a minha pergunta. Passado o prazo combinado, debatemos sobre a pergunta.
Introdução ao conteúdo: A partir da pergunta lançada e da resposta dos alunos, retomei o contexto do Imperialismo, causas e consequências. Esse momento não passou de 21 minutos, prazo máximo de atenção para alunos de 14 anos. Lembrando que, ao explicar, deve-se utilizar o quadro com desenhos ou imagens, pois a maioria dos alunos adquire conhecimento de maneira visual.
Debate em equipes sobre partes do conteúdo: A partir da minha revisão, passamos a estudar alguns conflitos imperialistas. Cada equipe recebeu um conflito e deveria fazer anotações no caderno sobre as causas, o desenrolar do conflito e as consequências.
Proposta de elaboração de cartazes para apresentação: Após chegarem a um conceito sobre o tema recebido, a equipe deveria elaborar um cartaz com as principais informações para divulgar aos outros grupos.
Apresentação de cartazes e temas: Uma vez prontos os cartazes, os alunos apresentam o que entenderam, respondendo a possíveis perguntas dos colegas.
Debate: Após a apresentação, a análise dos conflitos, voltamos para a síntese: o que todos esses conflitos representam. A partir do todo fomos estudando as partes e a partir das partes voltamos para o todo.
Elaboração de questões sobre o tema recebido (em equipes): Os alunos, após as apresentações, elaboraram questões sobre o tema recebido. Elaborar questões não é fácil, uma vez que deve ser analisado o que convém ser questionado ou não. Além disso, a clareza das perguntas é fundamental para se chegar a uma resposta.
Redistribuição das equipes para responder as questões: Uma vez que as questões ficaram prontas, organizei uma ficha com as perguntas dos alunos, com o nome da equipe antes das questões – também como forma de valorizar o seu trabalho. Redistribuí os grupos para responder as questões de maneira que um membro de cada equipe anterior pertencesse à nova. Assim, temos, nas novas equipes, um representante de cada equipe antiga. O objetivo dessa nova redistribuição é para socializar as informações. Cada aluno sente-se responsável por um assunto (o da sua apresentação) e, assim, pode explicar novamente para os colegas.

ELEMENTOS IMPORTANTES

A aula é dinâmica e tem atividades suficientes para que os alunos não tenham tempo livre, o que gera dispersão.
O tempo para explicação oral respeita a capacidade natural que cada faixa etária tem de manter a atenção.
O aluno é um agente de sua própria aprendizagem, não um mero receptor daquilo que o professor tem a dizer.
São usadas diferentes estratégias como vídeos, imagens, textos complementares e jogos como forma de envolver os alunos no processo de aprendizagem.
Materiais concretos são utilizados como apoio ao aprendizado.
A conversa e a interação entre os alunos é usada em prol do desenvolvimento da aula.
Há momentos de estudo individual, mas também oportunidades de interação com o grupo.
Há a associação de novos conteúdos a conceitos já estudados.
Repare que a aula é rica em atividades diversas, mas com foco nos trabalhos em grupo realizados pelos alunos. Já se constatou que as taxas de aprendizagem sobem muito quando atividades de interação estão no centro do processo.
Infográfico: Taxas de Aprendizagem de acordo com a atividade realizada

CONCLUINDO UMA AULA NOTA 10

Capa do livro Aula Nota 10, de Doug Lemov
Acima, compartilhei um plano de aula bem sucedido e estruturado. Mas uma ressalva é sempre importante nesse momento: ao utilizar uma dinâmica nova, tenha bem claros os seus objetivos e etapas e, principalmente, convicção na sua proposta.
Muitos tentam usar algo novo em sala de aula e demonstram insegurança — algo que os alunos percebem rapidamente e usam contra o professor, que acaba acreditando que “não vale a pena tentar algo novo”.
No livro Aula Nota 10, do norte-americano Doug Lemov, podemos conhecer 49 técnicas para uma aula nota 10.
Uma delas, que se chama Deixe Claro, cabe exatamente neste espaço do artigo. Lemov sugere que todos os dias, em linguagem bem simples, seja escrito na lousa o objetivo da aula para que os alunos estejam atentos ao que estão procurando.

Fonte: http://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/