sábado, 24 de outubro de 2015

Brasil é número um em mau comportamento na sala de aula, indica pesquisa

 
Os estudantes brasileiros lideram o ranking de indisciplina na sala de aula. É o que sinaliza relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A pesquisa internacional sobre ensino e aprendizagem, conhecida pela sigla Talis, aponta que o mau comportamento prejudica as instruções dos professores e absorção de conteúdo.
Entre os 34 países que participaram do Talis em 2008 e 2013, são os docentes brasileiros que dizem gastar mais tempo para manter a ordem em sala de aula. Em 2008, eram 18%. Já em 2013, essa porcentagem subiu para 20%, quando a média internacional foi de 13% nos dois períodos.
Mais de 60% dos professores no país relataram ter mais de 10% de alunos com problemas de mau comportamento. Situação parecida acontece com o Chile e o México. Nos dois países, os professores também afirmaram enfrentar essas questões em sala de aula. Por outro lado, no Japão, pouco mais de 10% dos professores indicaram lidar com interrupções dos estudantes.
Todavia, segundo a pesquisa, a indisciplina é generalizada no Brasil. Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, os números de estudantes com mau comportamento são quase os mesmos nas escolas públicas ou particulares. A diferença foi de apenas três pontos.
Menos tempo
Além das interrupções pelos estudantes, há outras fontes que atrapalham o desempenho no ambiente escolar como lista de chamada, informações da escola e reuniões. Essas atividades consomem ainda mais o tempo de aprendizado e nesse quesito o Brasil também aparece em primeiro lugar. O Talis 2013 mostra que é de 33%, na média, o tempo de não instrução relatado pelos professores brasileiros. A média é de 21% entre todos os países participantes.
Outro ponto importante mencionado na pesquisa é a carência desses profissionais. Com poucos disponíveis em sala de aula, o número de alunos por classe aumenta. O que torna o ambiente pouco favorável para o aprendizado.

 http://www.amambainoticias.com.br/educacao-e-cultura/brasil-e-numero-um-em-mau-comportamento-na-sala-de-aula-indica-pesquisa#.VietzAU1ADw.facebook

sábado, 3 de outubro de 2015

OS LENÇÓIS DO VIZINHO


Um casal mudou-se para um novo bairro. Na manhã do dia seguinte, enquanto tomavam café da manhã, a mulher olhou pela janela e viu sua vizinha estendendo roupas. Imediatamente ela comentou com o marido:
- Veja que porca é essa nova vizinha! Como tem coragem de pendurar no varal as roupas mal lavadas... Tá tudo amarelo! Eu, hein? Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
- Sai da janela mulher, vem almoçar...
Alguns dias depois, novamente durante o café da manhã, a vizinha pendurava lençóis no varal e a mulher comentou com o marido:
- Olha lá a coitada... Acho que não tem sabão na casa dela. nunca vi uma roupa branca estendida neste varal.
- Sai da janela mulher, vem almoçar...
E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal:
- Nunca vi tanta porcaria. Acho que nem roupa branca ela tem, só vejo amarelas... kkkkk
Passado um tempo a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis muito brancos sendo estendidos, e empolgada foi dizer ao marido:
- Veja! A mulher até que enfim criou vergonha na cara! ela aprendeu a lavar as roupas, Será que outra vizinha ensinou??? Porque eu não fiz nada... Pode isso, marido?
O marido calmamente respondeu:
- Pode sim. O que não pode é, até agora, você não ter percebido que o problema não estava lá e sim na nossa casa. Hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa janela!
Moral da história:
Assim é a vida: aquilo que vemos quando olhamos os outros depende de quão limpas estejam as janelas através das quais olhamos. Antes de criticar e buscar algo no outro para julgar, quem sabe não seja melhor perguntar se não estamos prontos para um novo olhar. Limpe sua vidraça ou simplesmente, abra a sua janela!

sábado, 26 de setembro de 2015

Como orientar os alunos com dificuldades na leitura


A dificuldade em realizar a leitura é tida como um dos maiores obstáculos enfrentados pelos alunos. Preocupados com essa questão, vários educadores estão em busca de o melhor caminho a seguir, contribuindo para um melhor desenvolvimento da leitura.
Segundo pesquisas, as escolas estaduais apresentam maior índice em relação à dificuldade com a leitura, porém, vale ressaltar que acontece em todas as instituições de ensino independente do segmento (público ou particular).
É de suma importância para lidar com esta situação, enquanto educadores, ter a consciência de que as dificuldades apresentadas na leitura estão intensamente ligadas ao desenvolvimento das habilidades na escrita provenientes de alterações ou erros de sintaxe, estruturação, organização de parágrafos, pontuação, bem como todos os elementos necessários para a composição do texto.
Partindo desse pressuposto, segue algumas sugestões de estratégias a serem aplicadas de forma que venha facilitar o desempenho no processo de leitura que os alunos apresentam em sala de aula:
• Procure fazer um momento de divisão para leitura, sendo que durante a aula metade do tempo seja dedicado à leitura prazerosa, onde cada um lê o que é de seu interesse, e a outra parte seja voltada para a prática da leitura voltada para o desenvolvimento de conteúdos;
• A escola pode promover campanhas de incentivo à leitura, estimulando os alunos a lerem. Por exemplo: gibis como forma de leitura e entretenimento;
• Trabalhar na análise e decomposição de frases escolhendo palavras segmentando-as em sílabas e fonemas, intervindo na memória, passando de memorização à memória de longo prazo. Vale ressaltar que não deve ser realizada de forma mecânica ou descontextualizada, por exemplo, f e v são vagos quando isolados, mas quando proposto em palavras (faca ou vaca) já permitem um maior entendimento, o que facilita a aprendizagem;
Segundo Duke e Pearson (2002) existem seis tipos de estratégias de leitura consideradas relevantes, baseadas em pesquisas tidas como auxiliares no processo de leitura. São as seguintes:
• Predição: trata-se de antecipar, prever fatos ou conteúdos do texto, utilizando o conhecimento existente para facilitar a compreensão.
• Pensar em voz alta: o leitor verbaliza seu pensamento enquanto lê.
• Estrutura do texto: analisar a estrutura do texto, auxiliando os alunos a aprenderem a usar as características dos textos, como cenário, problema, meta, ação, resultados, resolução e tema, como um procedimento auxiliar para compreensão e recordação do conteúdo lido.
• Representação visual do texto: auxilia leitores a entenderem, organizarem e lembrarem algumas das muitas palavras lidas quando formam uma imagem mental do conteúdo.
• Resumo: tal atividade facilita a compreensão global do texto, pois implica na seleção e destaque das informações mais relevantes contidas no texto.
• Questionamento: auxilia no entendimento do conteúdo da leitura, uma vez que permite ao leitor refletir sobre o mesmo. Pesquisas indicam também que a compreensão global da leitura é melhor quando alunos aprendem a elaborar questões sobre o texto.
Vale ressaltar que, tanto no desenvolvimento da leitura quanto da escrita, pais e professores são mediadores indispensáveis no processo de aprendizagem, prevenindo e intermediando através da correção quando necessária e com cautela.
Por Elen Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Professor no Brasil perde 20% da aula com bagunça na classe


 Professor perde muito tempo colocando a classe em ordem (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Uma pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que no Brasil o professor perde 20% do tempo de aula acalmando os alunos e colocando a classe em ordem para poder ensinar. Além disso, o estudo aponta que 60% dos professores brasileiros ouvidos têm mais de 10% de alunos-problemas em sua sala de aula, o maior índice entre os países participantes do estudo.
A pesquisa Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Teaching and Learning Internacional Survey, Talis, na sigla em inglês) ouviu professores de 33 países.
O estudo aponta que no Brasil o professor perde 20% do tempo para por a classe em ordem e acabar com a bagunça, 13% do tempo resolvendo problemas burocráticos e 67% dando conteúdo. É o país que onde o professor mais perde tempo de aula. A média dos países da OCDE é de 13% do tempo para acabar com a bagunça.
O estudo perguntou aos professores se eles têm mais ou menos de 10% de alunos problemáticos na classe. O Brasil teve 60% dos docentes apontando terem mais de 10% de estudantes problemáticos. Chile, México e Estados Unidos aparecem depois. Na outra ponta, Dinamarca, Croácia, Noruega e Japão têm menos relatos de professores sobre alunos com mau comportamento.
Os dados foram levantados em 2013 com alunos do ensino fundamental e ensino médio (alunos de 11 a 16 anos), mas um relatório sobre a questão de comportamento dos alunos foi divulgado este ano. No Brasil, 14.291 professores e 1.057 diretores de 1.070 escolas completaram o questionário da pequisa.
A pesquisa Talis coleta dados sobre o ambiente de aprendizagem e as condições de trabalho dos professores nas escolas de todo o mundo. O objetivo é fornecer informações que possam ser comparadas com outros países para que se defina políticas para o desenvolvimento da educação.
 fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/03/professor-no-brasil-perde-20-da-aula-com-bagunca-na-classe-diz-estudo.html

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Inclusao verdadeira!


Lei Brasileira da Inclusão: saiba o que muda no ensino

Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/lei-brasileira-inclusao-saiba-muda-ensino-899061.shtml

24/08/2015 14:46
Foto: Maurício Melo
Após 15 anos de tramitação no Congresso Nacional, foi sancionada a Lei Brasileira de Inclusão, um verdadeiro avanço na inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. O documento entra em vigor no dia 2 de janeiro de 2016 e prevê mudanças em diversas áreas, como trabalho e educação. A lei foi relatada pela deputada Mara Gabrilli, na Câmara dos Deputados, e pelo senador Romário, no Senado, e dá seis meses para instituições públicas e privadas se adaptarem antes de entrar oficialmente em vigor.
"Podemos dizer que a Lei Brasileira de Inclusão conseguiu reformular toda a legislação brasileira, alterando leis que não atendiam ao novo paradigma da pessoa com deficiência ou que simplesmente a excluíam de seu escopo. Com a ajuda da sociedade conseguimos alterar, por exemplo, o Código Eleitoral, o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto das Cidades, Código Civil, a CLT... Pense que em todas essas leis a pessoa com deficiência, de alguma forma, não era assistida - muitas vezes era até excluída. Além disso, não podemos deixar de falar que a sanção da LBI é uma conquista não só das pessoas com deficiência, mas da democracia", disse a deputada em entrevista à CLAUDIA.

Foco na acessibilidade

Mara explica que um dos mais notáveis efeitos desta lei é que ela muda a visão sobre o conceito de deficiência, deixando de ser um atributo à pessoa e passando a ser o resultado da falta de acessibilidade que a sociedade e o Estado oferecem. "Ou seja, a LBI mostra que a deficiência está no meio, não nas pessoas", completa.

Justamente por isso, muitas mudanças dizem respeito à acessibilidade, como:
  • Cinemas e cursos de idiomas e informática deverão oferecer materiais e recursos de acessibilidade, incluindo livros.
  • Os hotéis deverão ter 10% de dormitórios acessíveis, e um número mínimo deve ser reservado à condomínios e moradias que permitem uma vida independente para pessoas com deficiência.
  • Para usuários de cadeiras de rodas, os que usam próteses ou qualquer tipo de material especial no cotidiano, o FGTS poderá ser sacado para aquisição desses itens.
  • O Benefício de Prestação Continuada (BPC), um benefício da Política de Assistência Social, que prevê o pagamento de um salário mínimo para idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência, passa por adaptações no critério para maior integração das 50 milhões de pessoas com deficiência no Brasil.
  • A criação de um novo benefício, o Auxílio Inclusão, que garante uma renda extra para o cidadão com deficiência que entrar para o mercado de trabalho.
Ensino

Tal qual toda criança, as portadoras de deficiência têm direito a um ensino de qualidade e que atenda às suas necessidades, tanto que o tema também foi abordado na lei sancionada. Apesar de ser proibido por um decreto do ano passado, casos surgiram de escolas que cobravam uma taxa extra dos pais para o cuidado dos pequenos ao invés de investirem em profissionais capacitados, colocando a inclusão dos filhos nas mãos dos familiares.

Agora, como uma forma de garantir a igualdade desses direitos, a LBI conta, mais uma vez, com a proibição de cobranças extras de alunos com deficiência, e esse veto se estende também aos planos de saúde.

A oferta de profissionais de apoio escolar, claro, também é defendida no documento, uma vez que o objetivo é ter uma equipe totalmente preparada para os cuidados da criança na escola, tirando dos pais uma preocupação a mais, que deveria, desde o começo, ser do próprio Estado.

Até mesmo o currículo do ensino superior passa por adaptações, agora sendo obrigatória abordar disciplinas sobre o tema.
Inclusão e diversidade Especial Inclusão e Diversidade
Reportagens especiais sobre como promover a inclusão de crianças especiais nas escolas

quinta-feira, 16 de julho de 2015

http://metropolitanafm.uol.com.br/novidades/entretenimento/essas-ilustracoes-farao-voce-questionar-a-vida-e-o-mundo

Essas Ilustrações farão você questionar a vida e o mundo

Por
O artista polonês Pawel Kuczynski é especialista em criar ilustrações que trazem uma profunda reflexão sobre a vida e sem nenhuma palavra nelas.
Ele levanta a questão da crítica dos nossos olhares para a situação em que vivemos no mundo, e que devemos também olha-las com outros olhos.

Confira as ilustrações e reflita:

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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Será?

‘Síndrome do Imperador': Crianças mandonas e autoritárias


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Você sabe o que é a ‘Síndrome Imperador’?



As mudanças sócio-culturais das últimas décadas têm preparado o terreno para o surgimento de alguns comportamentos disfuncionais nas crianças. Um conjunto de atitudes e comportamentos que mais preocupam os pais é quando a criança se torna o mestre indiscutível da família, submetendo os outros membros da família às suas necessidades e caprichos.
Os ´´filhos imperadores´´ escolhem a comida que vai ser feita, onde a família vai passar as férias, o vai ser visto na televisão, a hora de ir dormir ou realizar outras atividades, e assim por diante. Para atingir os seus fins, gritam, ameaçam e agridem fisicamente e psicologicamente seus pais. Pode-se dizer que o seu nível de amadurecimento no campo da empatia (capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa) é subdesenvolvido. Por esta razão, parecem ser incapazes de experimentar sentimentos como o amor, a culpa, o perdão e a compaixão.
Síndrome do Imperador: Entrando na mente da criança autoritária
Esse fenômeno tem sido chamado de “Síndrome do Imperador”, uma vez que as crianças imperadoras estabelecem padrões de comportamento para satisfazer os seus caprichos e exigências acima da autoridade de seus pais ou responsáveis. Quem não cumprir as exigências da criança é vítima de birras ultrajantes e, até mesmo, agressão. A violência que os filhos exercem contra seus progenitores, aprendendo a controlá-los psicologicamente, resulta no êxito em fazê-los obedecer e realizar os seus desejos. Esta característica da personalidade destas crianças também foi apelidada de “filhos ditadores”, devido ao seu domínio incontestável na família.
Características do filho imperador
Crianças Imperadores são facilmente distinguíveis: geralmente mostram traços de personalidade egocêntricas e têm pouca tolerância à frustração: não aceitam que suas exigências não sejam atendidas. Essas características não passam despercebidas na família, e muito menos na escola, onde as suas exigências podem ser menos satisfeitas. São crianças que não aprenderam a se controlar, nem regular os seus sentimentos e emoções. Elas têm a experiência necessária para saber quais são os pontos fracos de seus pais, a quem acabam manipulando com ameaças, ataques e argumentos inconstantes.
Causas Psicossociais da Síndrome do Imperador
Muitos psicólogos e psicopedagogos têm enfatizado que um dos fatores que podem levar a criança a adquirir padrões de comportamento da Síndrome do Imperador é a escassez de tempo para os pais educarem e estabelecer normas e limites para sua prole. Necessidades econômicas e um mercado de trabalho instável não oferecem aos tutores o tempo e espaço necessários para a criança, ocasionando um estilo educacional culpabilizante, e por isso ficam propensos a concordar e superproteger seus filhos.
Também se pode observar nessas crianças uma falta de hábitos afetivos familiares, negligenciando a necessidade de brincar e interagir com as crianças. Socialmente, um dos problemas que serve de base para o comportamento egocêntrico, é a atitude ultra-permissiva dos adultos com relação às crianças.
Diferenciando Autoridade de Autoritarismo



O estilo educativo predominante há décadas atrás se baseava no autoritarismo: Os pais gritavam, ditavam ordens e exerciam um controle punitivo sobre o comportamento das crianças. De certa forma, por medo de caírem nesse estilo de educação que muitos sofreram na própria carne, o estilo educativo atual deslocou-se para o extremo oposto: a ultra-permissividade.
Por isso, é importante lembrar que autoridade não é o mesmo que autoritarismo: os pais devem exercer um grau inteligente e controlado de autoridade, de maneira saudável e se adaptando às necessidades educacionais e evolutivas de cada criança.
A cultura do vale tudo: a ética do hedonismo e consumismo
Quando falamos de estilos de educação e ensino para os nossos filhos, devemos lembrar da influência determinante dos valores morais da sociedade como um todo, uma vez que esta forma de superestrutura ética compartilhada incentiva certos vícios e/ou virtudes na atitude da criança. A atual cultura consumista usa a bandeira do hedonismo como valor inalienável. Isso entra em conflito com qualquer tipo de imposição interna ou externa de responsabilidade sobre as próprias ações e com a cultura do esforço. Se esses valores não forem bem geridos e conduzidos, a criança aprende erroneamente que o seu direito de se divertir ou fazer o que quiser pode sobrepor o direito dos outros de ser respeitado, e perder a noção de que as recompensas exigem um esforço anterior.
Educação familiar e escolar
Os pais hesitantes, que exercem uma educação passiva e relaxada, não estabelecem limites de referência para a conduta dos filhos, permitindo a réplica, cedendo à chantagem e sendo vítimas até de agressões verbais e físicas.
O sistema de ensino também está saturado. Enquanto os pais perdem toda a sua autoridade, os professores estão na posição de estabelecer limites para crianças que foram educadas para desobedecer e desafiar em prol de suas demandas. Chega-se ao ponto em que o professor que tenta estabelecer normas, recebe reclamações de pais que não permitem que qualquer pessoa exerça autoridade sobre seus filhos. Isso reforça e fortalece as atitudes da criança imperador.
A criança imperador na adolescência
Na adolescência, as crianças imperadores consolidaram seus padrões comportamentais e morais, sendo incapazes de conceber que alguma autoridade externa possa impor limites. Em casos graves, podem chegar a agredir seus pais, sendo uma queixa cada vez mais frequente em delegacias de polícia. Na verdade, são as mães que mais sofrem, comparativamente, agressões e abusos por parte de seus filhos.
Cimentando a boa educação desde a infância
Os psicólogos e psicopedagogos concordam que é imprescindível definir uma base sólida na educação das crianças. Para educar futuros filhos, adolescentes e adultos saudáveis, livres e responsáveis, não devemos abrir mão da demarcação de limites claros, permitindo que a criança experimente algum grau de frustração para entender que o mundo não gira em torno do seu ego.
Fonte: Psicologiaymente traduzido e adaptado por Psiconlinews

 http://www.psiconlinews.com/2015/04/sindrome-do-imperador-criancas-mandonas.html

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sábado, 4 de julho de 2015

Edgar Morin: é preciso educar os educadores

O Globo: Na sua opinião, como seria o modelo ideal de educação?Edgar Morin: A figura do professor é determinante para a consolidação de um modelo “ideal" de educação. Através da Internet, os alunos podem ter acesso a todo o tipo de conhecimento sem a presença de um professor. Então eu pergunto, o que faz necessária a presença de um professor? Ele deve ser o regente da orquestra, observar o fluxo desses conhecimentos e elucidar as dúvidas dos alunos. Por exemplo, quando um professor passa uma lição a um aluno, que vai buscar uma resposta na Internet, ele deve posteriormente corrigir os erros cometidos, criticar o conteúdo pesquisado.
É preciso desenvolver o senso crítico dos alunos. O papel do professor precisa passar por uma transformação, já que a criança não aprende apenas com os amigos, a família, a escola. Outro ponto importante: é necessário criar meios de transmissão do conhecimento a serviço da curiosidade dos alunos. O modelo de educação, sobretudo, não pode ignorar a curiosidade das crianças.
O Globo: Quais são os maiores problemas do modelo de ensino atual?
Edgar Morin: O modelo de ensino que foi instituído nos países ocidentais é aquele que separa os conhecimentos artificialmente através das disciplinas. E não é o que vemos na natureza. No caso de animais e vegetais, vamos notar que todos os conhecimentos são interligados. E a escola não ensina o que é o conhecimento, ele é apenas transmitido pelos educadores, o que é um reducionismo. O conhecimento complexo evita o erro, que é cometido, por exemplo, quando um aluno escolhe mal a sua carreira. Por isso eu digo que a educação precisa fornecer subsídios ao ser humano, que precisa lutar contra o erro e a ilusão.
O Globo: O senhor pode explicar melhor esse conceito de conhecimento?
Edgar Morin: Vamos pensar em um conhecimento mais simples, a nossa percepção visual. Eu vejo as pessoas que estão comigo, essa visão é uma percepção da realidade, que é uma tradução de todos os estímulos que chegam à nossa retina. Por que essa visão é uma fotografia? As pessoas que estão longe são pequenas, e vice-versa. E essa visão é reconstruída de forma a reconhecermos essa alteração da realidade, já que todas as pessoas apresentam um tamanho similar.

Todo conhecimento é uma tradução, que é seguido de uma reconstrução, e ambos os processos oferecem o risco do erro. Existe outro ponto vital que não é abordado pelo ensino: a compreensão humana. O grande problema da humanidade é que todos nós somos idênticos e diferentes, e precisamos lidar com essas duas ideias que não são compatíveis. A crise no ensino surge por conta da ausência dessas matérias que são importantes ao viver. Ensinamos apenas o aluno a ser um indivíduo adaptado à sociedade, mas ele também precisa se adaptar aos fatos e a si mesmo.
O Globo: O que é a transdisciplinaridade, que defende a unidade do conhecimento?
Edgar Morin: As disciplinas fechadas impedem a compreensão dos problemas do mundo. A transdisciplinaridade, na minha opinião, é o que possibilita, através das disciplinas, a transmissão de uma visão de mundo mais complexa. O meu livro “O homem e a morte" é tipicamente transdisciplinar, pois busco entender as diferentes reações humanas diante da morte através dos conhecimentos da pré-história, da psicologia, da religião. Eu precisei fazer uma viagem por todas as doenças sociais e humanas, e recorri aos saberes de áreas do conhecimento, como psicanálise e biologia.

O Globo: Como a associação entre a razão e a afetividade pode ser aplicada no sistema educacional?Edgar Morin: É preciso estabelecer um jogo dialético entre razão e emoção. Descobriu-se que a razão pura não existe. Um matemático precisa ter paixão pela matemática. Não podemos abandonar a razão, o sentimento deve ser submetido a um controle racional. O economista, muitas vezes, só trabalha através do cálculo, que é um complemento cego ao sentimento humano. Ao não levar em consideração as emoções dos seres humanos, um economista opera apenas cálculos cegos. Essa postura explica em boa parte a crise econômica que a Europa está vivendo atualmente.
O Globo: A literatura e as artes deveriam ocupar mais espaço no currículo das escolas? Por quê?
Edgar Morin: Para se conhecer o ser humano, é preciso estudar áreas do conhecimento como as ciências sociais, a biologia, a psicologia. Mas a literatura e as artes também são um meio de conhecimento. Os romances retratam o indivíduo na sociedade, seja por meio de Balzac ou Dostoiévski, e transmitem conhecimentos sobre sentimentos, paixões e contradições humanas. A poesia é também importante, nos ajuda a reconhecer e a viver a qualidade poética da vida. As grandes obras de arte, como a música de Beethoven, desenvolvem em nós um sentimento vital, que é a emoção estética, que nos possibilita reconhecer a beleza, a bondade e a harmonia. Literatura e artes não podem ser tratadas no currículo escolar como conhecimento secundário.
O Globo: Qual a sua opinião sobre o sistema brasileiro de ensino?
Edgar Morin: O Brasil é um país extremamente aberto a minhas ideias pedagógicas. Mas, a revolução do seu sistema educacional vai passar pela reforma na formação dos seus educadores. É preciso educar os educadores. Os professores precisam sair de suas disciplinas para dialogar com outros campos de conhecimento. E essa evolução ainda não aconteceu. O professor possui uma missão social, e tanto a opinião pública como o cidadão precisam ter a consciência dessa missão. [Leia esta entrevista no site do O Globo]
Assista a Edgar Morin - Os limites do conhecimento na globalização | No vídeo exclusivo, Morin reflete sobre seus interesses enquanto filósofo e sociólogo: os limites do conhecimento e da razão, bem como a relação entre a poesia e a racionalidade. Ainda, questiona a possibilidade da mudança de pensamento em um mundo globalizado e acelerado. É possível sairmos de uma visão fechada em formas particulares para o pensamento complexo, capaz de ver os problemas em sua integralidade?

DICAS PARA CONDUZIR UMA AULA MANTENDO A DISCIPLINA

Há muitos detalhes que nós esquecemos com o passar do tempo e o dia a dia de uma aula após a outra. Essas pequenas faltas vão deixando os alunos desnorteados e sem clareza quanto às regras e até sobre o seu real propósito como professor.
Vamos voltar ao básico de nossas práticas e relembrar alguns preceitos básicos sobre postura e comportamento em sala de aula.

1. ANTES DE COMEÇAR, OBSERVE SUA SALA — MAPEAMENTO/ESPELHO, ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA

Há algumas turmas em que as fileiras estão tão próximas umas das outras que eu fico com calor só de olhar. Impossível esperar silêncio dessa forma.
Além disso, não há espaço para o professor transitar entre as classes para poder ajudar os alunos nas suas individualidades.
Então, primeira coisa ao entrar na sala de aula: organizar a bagunça! Exigir que os alunos sentem-se nos seus lugares, conforme estabelecido no espelho de classe ou mapeamento, e organizar as classes, inclusive o que há em cima delas.
Alguns alunos têm dificuldade de organização e isso interfere na sua aprendizagem — são aqueles que deixam caderno, livro, estojo, lápis e canetas esparramados sobre a mesa, que apoiam cadernos sobre os lápis para escrever (!), ou têm garrafas de água destampadas prontas para virar e molhar seu material.
Parece uma coisa básica, tão simples, mas nossos alunos precisam do nosso auxílio.
A mesma orientação vale para a limpeza do ambiente: peça que ajuntem do chão os papéis maiores, plásticos e saquinhos que possam ter ficado do lanche ou de alguma atividade que exigiu mais nesse sentido.
Além de tudo, com esse costume estaremos contribuindo para que nossos alunos não sejam pessoas que jogam embalagens fora pela janela do carro.

2. INICIE A AULA SEM DEMORA

Tenha seus objetivos claros e trabalhe para conquistá-los. Portanto, comece aula sem rodeios, sem conversas que não sejam relacionadas ao objetivo estipulado.
Lembre-se, como já foi mencionado, que os alunos têm 1 minuto e meio de concentração por ano de vida. Não desperdice.

3. SEJA BREVE E OBJETIVO NAS EXPLICAÇÕES

Não perca tempo falando muito. Explique de maneira clara e objetiva o que os alunos devem fazer e faça-os produzir!

4. OLHE PARA TODOS OS ALUNOS

A afetividade é algo intrínseco ao sujeito, sendo principalmente importante na idade escolar.
Alunos que não gostam de um professor geralmente não gostam também da sua matéria e apresentam baixo rendimento.
Olhe para seus alunos durante as explicações, não apenas para os 5 ou 6 que “têm vontade de estudar”.
Às vezes, chamar aquele que está desatento pelo nome e perguntar se está compreendendo o traz para o universo do conhecimento que estamos levando para a sala de aula.
Quando o professor demonstra seu interesse no desenvolvimento dos alunos, estes deixam a postura de meros ouvintes e tornam-se parte do processo de aprendizagem, desejando compreender de fato e fazendo perguntas que comprovam que estão prestando atenção.

5. FAÇA PERGUNTAS E OUÇA AS RESPOSTAS

Alunos levantando a mão para fazer perguntas em sala de aula


O que move o mundo não são as respostas, mas sim as perguntas.
Então pergunte! Faça seus alunos pensarem, não dê respostas prontas, faça com que pesquisem e desenvolvam habilidades. Faça o que Celso Antunes chama de ginástica para o cérebro.

6. SOCIALIZE AS DÚVIDAS

Quando um aluno o questiona, socialize. Às vezes a dúvida de um pode ser a dúvida de todos.
Não deixe que sua aula se transforme num diálogo de duas pessoas, enquanto, nesse meio tempo, os outros alunos, sem nada para fazer, se dispersem com outros assuntos.
Outra coisa bem importante: respeite as dúvidas, evitando frases do tipo “me perguntando isso de novo?” ou “quantas vezes já falei isso?” e faça com que seus colegas também a respeitem.
Não existe pergunta boba.
Existem dúvidas que dificultam a aprendizagem e, dependendo da individualidade do aluno, as mesmas dúvidas irão surgir antes ou mais tarde.

7. EVITE VIRAR DE COSTAS PARA ESCREVER NO QUADRO

Cuidado com essa prática! Dependendo da turma essa pode ser uma péssima ideia, pois é um momento que alguns alunos podem se aproveitar, já que não estão sendo vistos totalmente e em todo momento pelo professor.
Mesmo assim, já tive turmas em que escrever no quadro era uma boa forma de manter a disciplina.
Vale ressaltar que não existem fórmulas prontas para uma aula proveitosa, mas sim a experimentação de diferentes metodologias nas diferentes turmas.

8. CAMINHE PELA SALA, EVITANDO QUE OS ALUNOS LEVANTEM

Professor que caminha pela sala ajuda a manter o aluno sentado.
Professor que senta incentiva o aluno a levantar-se quando este precisa do seu auxílio. Qual atitude parece mais inteligente?
Além da questão disciplinar, há outro motivo para você escolher a primeira opção: ao atender os alunos de carteira em carteira, você pode observar a organização dos cadernos, se o que foi solicitado está sendo feito, ajudar na organização daquele que tem essa dificuldade e talvez o mais importante: olhar para cada um e oferecer uma atenção especial, fortalecendo a relação professor x aluno.

9. EXPLIQUE AS ATIVIDADES COM CLAREZA

É comum que alunos esqueçam de algum material para a aula. Ainda que isso seja um problema em muitos casos, sempre me preocupo em garantir que todos possam realizar as atividades para poderem passar por aquela experiência.
Seguindo essa postura, certa vez, no calor da atividade, vi o aluno envolvido, comprometido e… feliz.
Não é isso que todos os pais desejam para seus filhos? Ele estava feliz! Feliz pois experimentou a atividade e sentiu-se bem por realizá-la.
Então, professor, explique a tarefa com clareza, ensine como fazer, pois o aluno, quando alcança o objetivo proposto, sente prazer. Tenha certeza de que ninguém se sente satisfeito em ir para a escola e voltar para casa sem ter aprendido algo novo.

10. VALORIZE O ALUNO NA SUA INDIVIDUALIDADE – CONHEÇA-O E RESPEITE-O

Se olharmos para trás, para a nossa vida escolar, com certeza lembraremos um professor que pisou na bola conosco.
Lembro de certa vez, na terceira série, eu então com 8 anos. A professora pediu que plantássemos um feijão no algodão (quem nunca?). Eu fiquei muito feliz com a proposta, emocionada de fato, e num de meus relatórios escrevi que estava nascendo uma vagem. Para mim foi o que mudou, em todo aquele tempo observando o dito feijão, e eu achei mágico, lembro de ter imaginado a história do João e o pé-de-feijão e outras fantasias infantis.
A professora conseguiu me tocar com a sua proposta!
No entanto, após corrigir os relatórios, na frente de toda turma, a professora disse que “tinha gente que escreveu que já estava aparecendo vagem! Onde já se viu? É um absurdo achar que está crescendo uma vagem!”Boneca jogada no chão em ambiente sombrio
Quanta vergonha que eu senti! Ela estava falando de mim perante a turma! O que eu ia saber de plantação de feijão com 8 anos? Quase joguei meu trabalho fora, de raiva.
Analisando a atitude dessa professora, o que faltou? Onde ela pecou? No respeito aos alunos!
  • Falar no grande grupo sobre algo que “alguém” escreveu. Ninguém sabe quem é esse alguém, a não ser o próprio autor. Como o aluno se sente?
  • Exigir levar em conta aspectos como idade, desenvolvimento, histórico de vida.
A criança não é um adulto em miniatura e não tem obrigação de saber! O professor é que deve conduzir as atividades, respeitando o aluno na sua individualidade.
Quer ouvir uma música que ilustra perfeitamente essa problemática?
Chega de dar sapato 36 para as nossas crianças!

11. ELOGIE

Imagine o efeito de um elogio ou de uma palavra de incentivo para um aluno que está demonstrando interesse nas aulas, realizando os temas de casa e respeitando o ambiente de estudos.
O reconhecimento por parte do professor de uma atitude colabora com a repetição das atitudes que consideramos positivas. Elogie seu aluno, faça -o sentir-se visto, valorizado. Escreva um bilhete na agenda aos pais, comunicando o bom rendimento do filho.
A agenda escolar não deve ser apenas para notificar maus comportamentos, mas bons também. Faço isso com frequência e garanto que incentivar e elogiar tem efeito mais duradouro e rápido que xingar, dar sermões e chamar os pais.

12. ESTEJA ATENTO ÀS PISTAS

Os alunos estão o tempo todo pedindo para ir ao banheiro? Alerta! Será que sua aula não está cansativa ou monótona demais?
É importante diversificar as propostas, intercalar atividades de maneira que não  se permaneça muito tempo fazendo a mesma coisa.
Imagine você, na faculdade, uma noite inteira apenas lendo artigos.

13. MANTENHA A CALMA E A SERENIDADE

Por mais que seja difícil, mantenha-se calmo. Os professores devem ser o exemplo e, por isso, quando têm atitudes consideradas extravagantes ou erradas no julgamento dos seus alunos, estes ficam chocados.
É como quando um filho descobre que o pai ou a mãe fazem algo errado.
Lembre-se que a educação se dá pelo exemplo. As atitudes que temos demonstram aos educandos o que eles podem fazer quando forem adultos.

14. TENHA BOM HUMOR

Os alunos não têm opção: devem ir para a escola. Podem até optar entre esta e aquela instituição, mas não podem fugir do profissional da educação com quem precisam conviver no mínimo 4 horas por dia.
Seja bem humorado, saiba relevar algumas situações.
Ter um comportamento colérico em sala de aula pode criar ou aumentar um clima de tensão que não contribui com a aprendizagem. Coloque-se no lugar do aluno e imagine ter um palestrante mal humorado e que, às vezes, até é grosseiro ou mal educado.
Leia mais: Aprenda 3 técnicas para criar um ambiente de aprendizagem saudável

15. EVITE GESTICULAR OU ELEVAR A VOZ EM EXCESSO

Cuidado com o tom de voz. É sempre preferível falar mais baixo, de modo que os alunos tenham que ficar em silêncio para ouvir, do que o professor que fala muito alto.
Claro que deve haver bom senso: falar muito baixo, de maneira que a turma do fundo não consiga ouvir, também pode gerar indisciplina.
Quem nunca terminou um dia de aula praticamente sem voz? Aprenda 10 exercícios para cuidar do seu principal instrumento de trabalho.
A gesticulação exagerada também pode atrapalhar a aula. Uma boa técnica descrita por Celso Antunes em seu livro Na Sala de Aula é a do espelho: treinar em casa olhando-se no espelho e ir corrigindo a postura. Vale também lembrar da frase “você está sendo filmado” enquanto dá aula.

16. NÃO VINCULE NOTA À DISCIPLINA

A disciplina é fator importante na educação, não apenas o conhecimento. Portanto, trate a disciplina como tal, sem vincular a nota.
Além disso, essa atitude contribui para uma educação pela nota, não pelo conhecimento ou satisfação pessoal. Educar para atingir a “média” não motiva para ir além do conhecimento da escola.
“obtenção da disciplina por convicção leva a formação de uma personalidade forte, madura, que vai sabendo o que quer, o que é certo ou errado; leva a internalização de valores, a autoconfiança, ao crescimento da autoestima, ao senso comunitário, à criatividade e à verdade”
Celso Vasconcelos, p.50

17. NÃO INCITE O MEDO DA PROVA

A avaliação deve ser encarada pelo aluno como um momento para testar seus conhecimentos e saber qual aspecto dos conteúdos abordados devem ser revistos.
Ele não tem maturidade para compreender o objetivo final da avaliação.
Por isso é que o professor deve ajudá-lo. Muitos, pelo contrário, acabam descontando sua insatisfação com o comportamento dos alunos incitando o medo da avaliação.
Saber que estamos sendo testados nos deixa tensos, aflitos. Então para que estimular esse comportamento? Devemos contribuir é para a formação dos jovens, para que possam lidar com situações adversas.
Esses alunos que têm medo de realizar uma prova poderão reprovar inúmeras vezes na autoescola, por exemplo, devido ao nervosismo ou por falta de autocontrole num momento avaliativo.
Incitar o medo não melhora o comportamento e faz com que o objetivo da avaliação se perca.

18. SEJA AUTORIDADE E NÃO AUTORITÁRIO

 

. SEJA AUTORIDADE E NÃO AUTORITÁRIO

Você sabe a diferença entre o professor autoritário e o professor que é autoridade na sua sala de aula?
Infográfico: as qualidades de um professor que tem autoridade (e não é autoritário)

UM RETRATO DO PROFESSOR AUTORITÁRIO

Todos conhecemos ou já ouvimos a música Another Brick in the wall, do Pink Floyd. Convido que você assista ao clipe para que possamos refletir a respeito da postura do professor ali representado.
O que observamos sobre a postura do professor no vídeo:
Aos 34 segundos, o menino tem alguns relapsos de memória que dão a entender que o professor o reprime.
Na aula, o professor humilha o aluno, sem reconhecê-lo como sujeito. Além disso, o expõe para a turma, falta com respeito com suas preferências, sua individualidade.
Há flashes de agressão física – de uma época em que era permitida no ambiente escolar.
Inicia a parte mais tocante da crítica presente no vídeo. Vemos o professor disciplinado pelo autoritarismo, numa espécie de indústria que confecciona comportamento: os alunos perdem sua identidade quando são mascarados, deixando de ser quem são para serem iguais, apáticos, sem preferências ou questionamentos a fazer.
A partir dos 3 minutos, aparece um relógio, o que identifica a relação do tempo com o trabalho, fruto da Revolução Industrial. Parece que a escola, como sugerida, tem sua visão de educação como um modelo para não pensar, não contestar, criando assim um operariado urbano, pronto para servir e obedecer.
Aos 3 minutos e 16 segundos, o professor grita “Wrong, Guess again!”, ou seja “Errado, faça de novo!”. É isso que gera o célebre coro:
Cabeça de boneca sendo apertada por uma mão forte e suja
As crianças se rebelam, iniciam uma revolução, quebram coisas, ateiam fogo. Tudo isso mostra o sentimento, o desejo de mudança, a revolta pelas atitudes que são do professor e do modelo de educação explícito no vídeo. Um desejo de libertar-se da tirania.
O professor autoritário já não tem mais espaço na escola desde a época em que o vídeo foi lançado. A literatura a respeito da educação mudou muito ao longo das últimas décadas, principalmente com a teoria das inteligências múltiplas, de Howard Gardner.

CHECKLIST: O QUE SEU PLANO DE AULA PRECISA PARA EVITAR A INDISCIPLINA

Além das técnicas já propostas, uma boa organização do seu plano de aula vai ajudar em muito no combate à indisciplina.
Se você ainda não sabe como fazer um plano de aula, clique aqui e aprenda.
Abaixo você encontra um exemplo de uma aula de História dada por mim e, ao lado, os elementos que você deve atentar para manter seus alunos engajados durante todo o período.

PROGRESSÃO DAS ATIVIDADES NA AULA

Problematização: Introduzi a aula com uma pergunta sobre o Imperialismo. Os alunos deveriam pesquisar e encontrar uma resposta para a minha pergunta. Passado o prazo combinado, debatemos sobre a pergunta.
Introdução ao conteúdo: A partir da pergunta lançada e da resposta dos alunos, retomei o contexto do Imperialismo, causas e consequências. Esse momento não passou de 21 minutos, prazo máximo de atenção para alunos de 14 anos. Lembrando que, ao explicar, deve-se utilizar o quadro com desenhos ou imagens, pois a maioria dos alunos adquire conhecimento de maneira visual.
Debate em equipes sobre partes do conteúdo: A partir da minha revisão, passamos a estudar alguns conflitos imperialistas. Cada equipe recebeu um conflito e deveria fazer anotações no caderno sobre as causas, o desenrolar do conflito e as consequências.
Proposta de elaboração de cartazes para apresentação: Após chegarem a um conceito sobre o tema recebido, a equipe deveria elaborar um cartaz com as principais informações para divulgar aos outros grupos.
Apresentação de cartazes e temas: Uma vez prontos os cartazes, os alunos apresentam o que entenderam, respondendo a possíveis perguntas dos colegas.
Debate: Após a apresentação, a análise dos conflitos, voltamos para a síntese: o que todos esses conflitos representam. A partir do todo fomos estudando as partes e a partir das partes voltamos para o todo.
Elaboração de questões sobre o tema recebido (em equipes): Os alunos, após as apresentações, elaboraram questões sobre o tema recebido. Elaborar questões não é fácil, uma vez que deve ser analisado o que convém ser questionado ou não. Além disso, a clareza das perguntas é fundamental para se chegar a uma resposta.
Redistribuição das equipes para responder as questões: Uma vez que as questões ficaram prontas, organizei uma ficha com as perguntas dos alunos, com o nome da equipe antes das questões – também como forma de valorizar o seu trabalho. Redistribuí os grupos para responder as questões de maneira que um membro de cada equipe anterior pertencesse à nova. Assim, temos, nas novas equipes, um representante de cada equipe antiga. O objetivo dessa nova redistribuição é para socializar as informações. Cada aluno sente-se responsável por um assunto (o da sua apresentação) e, assim, pode explicar novamente para os colegas.

ELEMENTOS IMPORTANTES

A aula é dinâmica e tem atividades suficientes para que os alunos não tenham tempo livre, o que gera dispersão.
O tempo para explicação oral respeita a capacidade natural que cada faixa etária tem de manter a atenção.
O aluno é um agente de sua própria aprendizagem, não um mero receptor daquilo que o professor tem a dizer.
São usadas diferentes estratégias como vídeos, imagens, textos complementares e jogos como forma de envolver os alunos no processo de aprendizagem.
Materiais concretos são utilizados como apoio ao aprendizado.
A conversa e a interação entre os alunos é usada em prol do desenvolvimento da aula.
Há momentos de estudo individual, mas também oportunidades de interação com o grupo.
Há a associação de novos conteúdos a conceitos já estudados.
Repare que a aula é rica em atividades diversas, mas com foco nos trabalhos em grupo realizados pelos alunos. Já se constatou que as taxas de aprendizagem sobem muito quando atividades de interação estão no centro do processo.
Infográfico: Taxas de Aprendizagem de acordo com a atividade realizada

CONCLUINDO UMA AULA NOTA 10

Capa do livro Aula Nota 10, de Doug Lemov
Acima, compartilhei um plano de aula bem sucedido e estruturado. Mas uma ressalva é sempre importante nesse momento: ao utilizar uma dinâmica nova, tenha bem claros os seus objetivos e etapas e, principalmente, convicção na sua proposta.
Muitos tentam usar algo novo em sala de aula e demonstram insegurança — algo que os alunos percebem rapidamente e usam contra o professor, que acaba acreditando que “não vale a pena tentar algo novo”.
No livro Aula Nota 10, do norte-americano Doug Lemov, podemos conhecer 49 técnicas para uma aula nota 10.
Uma delas, que se chama Deixe Claro, cabe exatamente neste espaço do artigo. Lemov sugere que todos os dias, em linguagem bem simples, seja escrito na lousa o objetivo da aula para que os alunos estejam atentos ao que estão procurando.

Fonte: http://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Pedagogia da catástrofe

Parecemos estar num tempo em que argumentos não têm papel pedagógico

Chama-se “pedagogia da catástrofe” o conjunto de lições tiradas de tragédias geralmente anunciadas e desprezadas. A população de São Paulo está passando por um aprendizado desse tipo. Depois de anos desperdiçando água e sujando rios, investindo em asfalto e estádios, em vez de reservatórios, sem incluir nas escolas o respeito à água e demais preocupações ambientais, a população começou a conservar água.
A pedagogia da catástrofe funcionou para o povo, mas os governos, aparentemente, não aprenderam e continuam resistindo a fazer as necessárias políticas de investimento e de educação, e a população segue de olhos fechados para outros problemas.
Estamos esperando a destruição da Petrobras para só então aprendermos o risco do aparelhamento do Estado e da corrupção ligada ao financiamento de campanha por empreiteiras. Por anos, o governo federal caminhou a passos firmes na direção da atual crise fiscal e a estagnação econômica. Muitos alertamos para os riscos da baixa poupança, do excesso de gastos, da preferência pelo consumo, da falta de base educacional, mas o governo preferiu caminhar até o ponto da pedagogia da catástrofe. Para conseguir a reeleição, o governo federal prometeu o que não ia cumprir, sem considerar as consequências da desconfiança criada pelo divórcio entre o discurso do marqueteiro na campanha e a fala dos ministros depois da posse.
Tudo indica que precisaremos da catástrofe de um engarrafamento absoluto para percebermos o erro da opção da indústria e do transporte com base no automóvel privado; e de uma guerra civil em todas as ruas das cidades para admitirmos a violência que criamos com um modelo de desenvolvimento centrado no crescimento econômico, concentrando a renda, relegando a busca de educação da cidadania e a construção de harmonia social. A crise ecológica talvez só seja enfrentada quando o aquecimento global já tiver provocado todos os desastres planetários que se avizinham, mas que população e líderes se negam a ver.
Aparentemente estamos em um tempo em que argumentos não têm papel pedagógico; só as catástrofes convencem. O mundo parece ter apenas duas cores e estar parado no tempo; as análises que procuram mostrar as diferentes nuances dos problemas e prever suas consequências são recusadas. Há uma clara preferência pelas ilusões instantâneas no lugar da realidade em movimento, até que a pedagogia da catástrofe desperte a consciência, corrigindo os erros quando o preço já é muito alto.
É pouco provável que as próximas eleições mostrem que o povo aprendeu com seus erros eleitorais e consequentes opções de desenvolvimento, tanto quanto a população de São Paulo aprendeu com o desprezo pela água. Mesmo assim, é preciso insistir nos alertas, ainda que não sejam ouvidos, porque não tentar convencer seria uma catástrofe pessoal.
Cristovam Buarque e senador (PDT-DF)

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/pedagogia-da-catastrofe-15400550#ixzz3SPppBn4I
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FONTE: http://oglobo.globo.com/opiniao/pedagogia-da-catastrofe-15400550