sábado, 16 de março de 2013

PARADOXOS FEMININOS / O QUE QUER UMA MULHER?

O que quer uma mulher?” Isso foi questionado por Freud a uma de suas pacientes e até hoje permanece sem resposta. Um estudo realizado pela Wharton School da University of Pennsylvania sob o título “The paradox of Declining Female Happiness”, mostra um declínio constante no grau de felicidade de mulheres entrevistadas nos últimos 35 anos. E para que os europeus não reclamem dizendo que isso é coisa de americano, o mesmo resultado apresenta o instituto Eurobarometer para as mulheres do velho continente.
A pergunta de Freud não é fácil de ser respondida. A emancipação feminina conquistou o respeito, o mercado de trabalho, a liberdade de decidir sobre a maternidade, a maioria nas universidades, uma vida mais saudável, a longevidade, mas ainda se debate com o conflito casa/família-trabalho.
Um dos fatores apontados pelos cientistas para essa insatisfação é que as mulheres ainda não encontraram um meio termo entre os afazeres domésticos e a carreira profissional. Elas impõe suas metas de carreira e salário baseando-se nos standarts masculinos ao invés de confrontarem-se com outras mulheres . Enquanto elas afirmam-se no mercado de trabalho, tomando para si cada vez mais responsabilidade, os homens modernos, consequentemente, trabalham menos e desfrutam o seu tempo livre fazendo nada, relaxando ou cuidando de si.
O psicólogo Daniel Kahneman, ganhador de um premio Nobel pelo seu trabalho sobre o segredos do déficit de felicidade, está na pista de descobrir a causa desse sentimento entre as mulheres. Ele entrevistou 909 mulheres que trabalham fora, e o resultado desse estudo foi que as mulheres demonstraram um maior grau de felicidade e satisfação em atividades como ir às compras, preparar refeições, cuidar das crianças e trabalhos domésticos. A atividade remunerada ficou em penúltimo lugar, logo antes da possibilidade de estar completamente fora do mercado de trabalho. Uma volta à vida doméstica tampouco foi a solução aprovada pelas entrevistadas. O que se pode concluir das entrelinhas desses estudos é que a política e o mundo do trabalho ainda não encontraram um caminho para balancear a relação maternidade/família e carreira profissional.
A discussão acaba sempre girando em torno da busca de alternativas para quem vai cuidar das crianças. As mulheres do estudo do Sr. Kahnemans não se encaixam nas teorias feministas. Na prática, elas prefeririam passar o seu tempo com seus filhos que com seus colegas de trabalho. O artigo termina citando a filósofa feminista Simone de Beauvoir que afirmava que não se pode deixar às mulheres a livre escolha entre o trabalho e a criação dos filhos, pois muitas delas optariam pela segunda. O certo é que o tema estará sempre aberto a novas discussões.
Fonte: Larissa d’Ávila da Costa
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